Silenyte FAQ
Mais ou menos, recentemente comecei a divulgar rumores de um “projeto de comic”, o que não é mentira, mas é só uma ponta do projeto inteiro, e que porventura é uma ponta que desperta o interesse de um nicho um pouco maior, já que o de worldbuilding é pouco conhecido até entre pessoas que o praticam (eu mesmo só conheci depois de uns 5 anos fazendo).
Mas o correto é dizer que o projeto, que por hora chamo de Silenyte - e que nao sei se não vai receber outro nome depois, pois esse a principio é o nome da primeira comic – é um projeto primordialmente de worldbuilding, mas que vai ser um playground usável pra varias outras coisas, RPGs, Comics/Livros, Albuns musicais, o foco é o mundo e tudo o que ele proporciona para histórias talvez até além da que estou escrevendo agora.
A minha intenção é criar um universo rico e exploravel por quem se interessa pelo assunto, é um hobby meu de anos que recentemente por curiosidade de alguns resolvi abrir e dedicar mais tempo e um effort mais profissional nele. Independente se ele for conhecido ou anônimo, eu tô me divertindo com a atividade e os desafios que são criar um worldbuilding sólido.
Essa pergunta é uma das mais constrangedoras de responder, eu não comecei a produzir a HQ por uma série de fatores:
- Eu não estou satisfeito com a qualidade atual do meu material, nem com minha atual velocidade e qualidade do meu traço, eu não me sinto apto a produzir várias paginas as is pra depois provavelmente ter que refazer metade (isso já aconteceu, silenyte começou a ser desenhada duas vezes em 2011 e 2012, mas mil e um fatores me fizeram parar e inutilizar tudo produzido)
- Eu tenho pouca ou nenhuma habilidade com escrita mais “literária”, do tipo contar historias lineares, tramas, plots. Eu gosto de dizer que sou bom em escrever “history” mas não “story”. Esse item já está sendo abordado intensivamente com a ajuda de amigos entendidos do assunto. Por essa razão, eu evito começar qualquer coisa antes de ter pelo menos um roadmap de onde a historia vem e pra onde ela vai, plot points e como ela conclui, além de pelo menos 25% do roteiro inicial da historia já definido e decidido, eu quero jogar safe e evitar mais retrabalho.
- Complementando o último item, atualmente o estado da história é: tenho vagamente uma idéia do kick-in, tenho uma boa trama pro meio, mas nao tenho muita ideia dos dois atos centrais e menos idéia ainda de como termina, e o pior é que eu simplesmente não sei como termina AT ALL.
-Eu não sou totalmente confiante na minha capacidade de trabalhar com material serializado, eu não sei se dou conta de entregar X páginas por semana com o atual estado da minha rotina.
- eu sei muito pouco sobre técnicas de quadrinização em si, eu sei bolar o “screenplay” mas transformar isso em quadrinho são outros 500.
- O mundo ainda tá meio cru, não tem detalhes suficientes pra embasar a história. Isso está sendo mais ou menos acessado, comecei a rushar o desenvolvimento de lugares chave do plot que vai ser usado na HQ, aí depois eu faço em paralelo o detalhamento do resto. Mas como o foco é o mundo, eu preciso pelo menos dum snapshot dele em nivel macro.
Talvez você não ligue, mas tem bastante gente que liga, e honestamente o meu “público-alvo” é mais esse. Quem quiser acompanhar só pela HQ tudo bem, acho que vai ser uma experiência satisfatória mas vai ser 10% dela toda, eu quero investir em algo que seja “intelectualmente imersivo” onde por pura curiosidade as pessoas simplemente saiam a “investigar” a historia e situação do mundo para entender, divagar, ou tirar suas proprias conclusões baseadas no que já aconteceu. É pra ser uma experiência orgânica e completa, assim como os outros “produtos” entre muitas aspas, que esse cenário vai gerar.
Silenyte é feito por um worldbuilder para worldbuilders.
Silenyte é minha obra-filha, que vai me ocupar pela vida inteira certamente, técnicamente eu posso dizer que eu estou “trabalhando” nela desde 2006, pois muita coisa do mundo foi criada nessa época enquanto eu era um moleque, eu tentei ser o menos destrutivo possivel com a imaginação de criança da época e implementar coisas dessa época no mundo que desenvolvi depois de virar um adulto chato e excessivamente analítico.
Dito isto, dentre o que quero produzir baseado no projeto, destacam-se os seguintes:
- A HQ, claro, principalmente pra apresentar os personagens criados, muitos existindo desde os anos 2000. E pra dar uma perspectiva mais in-world do cenário, coisas acontecendo ditadas pelo proprio criador.
- Um cenário ou sistema de RPG, recentemente conheci um pessoal bem experiente e crítico no assunto que podem me ajudar nessa parte, pro pessoal que não contente em consumir uma história, querem imergir mais ainda nela, contando suas próprias. Para isso todo o material de worldbuilding serviria como um suprimento gigante de possibilidades e cenários para serem jogados.
- Uma Enciclopédia, primeiramente uma wiki com informações globais sobre o máximo possivel de coisas explicada em detalhes com o mesmo nivel de informação de artigos mundanos, coisas desconhecidas pela historia certamente vão estar meio nebulosas, mas com certeza vai dar mais detalhe do que qualquer história vai providenciar. Posteriormente talvez separar a wiki de uma enciclopedia mais linear mesmo, e restrita somente a certos assuntos.
- Pelo menos uma lingua artificial completa, ou pelo menos “falável” (tendo toda a gramática e fonética cobertos, porém com o vocabulário um pouco limitado), as demais linguas do mundo vão ser somente pinceladas em cima de aspectos basicos de fonética e gramática, e palavras serão boladas conforme necessidade com base em prefixos e sufixos feitos a partir da fonética.
- Um álbum musical como se fosse uma “trilha sonora” do mundo e provavelmente do plot da HQ também, projeto que chamei de “Sound Story” e que provavelmente vai ser a última coisa a ser feita.
- Uma plataforma “living world” que provavelmente vai ser o meu vending point tanto da HQ quanto do mundo, é um esquema experimental que não vou dar muitos detalhes do que é, por hora. Mas é basicamente um resumo interativo em tempo real da história do mundo, que vai cobrir o p de tempo em que as HQs vão se passar.
- E bem no fundo da lista, está também algum projeto de animação, explico melhor no item abaixo
Isso é perguntado com mais frequência do que eu esperava, e a notícia triste é que é muito provavel que um projeto de animação jamais exista porque primeiro que eu não sou animador e definitivamente não é algo que eu vou conseguir aprender e aprimorar direito com tudo o que já tem em paralelo, e por consequência disso eu ia precisar de um funding muito grande pra pagar decentemente um pessoal pra animar. O dia que eu tiver dinheiro sobrando pra isso quem sabe, mas até algo muito louco acontecer, a resposta pra isso é: Não, não vai ter animação, sry.
Sim e não, as direções e decisões de tudo, artes e todo o material publicados são de fato criação minha sozinho. MAS há mais ou menos um ano, eu resolvi largar um pouco do ciúme do projeto e trocar ideias com amigos e alguns tem influenciado muito no trabalho, principalmente na parte de escrita onde eu sou completamente iniciante. Em 2012 fui “pré-cozindo” na parte da escrita pelo Rodrigo Aragão, que é especialista em roteiro e que é bastante critico com todos os fios que formam a malha dele. Dani Martins que é quadrinhista e já tem projeto em produção, que me deu os primeiros chutes na bunda quanto a roteiro e produção. E o Fabrício Vizzotto que é até o momento é o maior colaborador, os brainstorms dele não tem limite, então eventualmente a gente senta e discute tudo que é loucura e eu vou desdobrando o que acontece no silenyte atráves dos nosso insights.
Fora isso, a parte de pesquisa e coisas mais técnicas como a parte de quimica, fisica, geopolitca, historia, sociologia etc. Eu pretendo muito em breve começar a contatar gente especializada nos assuntos pra trocar uma idéia, pois se eu for atrás de tudo eu mesmo como eu tenho feito desde então, eu vou demorar muito mais pra fazer tudo.
A lista de agradecimentos que era de uma meia dúzia de pessoas certamente vai encher uma página, levei tempo demais pra descobrir que não dava pra bolar tudo isso sozinho “em segredo”.